Depois de me apaixonar perdidamente e viver um amor proibido, após 3 anos de promessas repetidas casei-me com o objeto do meu amor e compramos uma árvore da felicidade...
É aquela árvore de folhagem farta que tem em um só vaso o macho e a fêmea (o macho tem folhas mais escuras, bonitas e grandes; a fêmea tem folhagem mais clara, frágil e miúda).
Eu me apeguei mais à árvore do que ao meu passarinho de estimação. Regava, abraçava, colocava fertilizante e pesticida... Dia sim, dia não. O procedimento seguia exatamente o ritual de meu sentimento, sendo que com o Amor era um trabalho diário de dedicação. Diário e intensivo.
Vez ou outra ela sentia a falta de água devido às constantes viagens que fazíamos, mas era coisa boba. Ruins foram as vezes em que elas adoeceram e até morreram.
Minha história de amor durou 3 anos e 4 árvores da felicidade, a seguir:
A 1ª.
O que mais me chamou a atenção foi quando a árvore adoeceu sério. Ela começou a apresentar caroços no caule, ficando molenga e perdendo folhas. Isso aconteceu no primeiro apartamento que vivemos nossa vida de casados. Minha dedicação era tanta que vivi o processo com mta intensidade. Minha sogra me ajudou, comprando remédio e me ensinando a aplicar. Até que tivemos um desentendimento forte e eu saí de casa. A árvore morreu.
A 2ª.
Na casa nova tivemos nova felicidade.
Igualmente tratada, tive que ter cuidado redobrado. Ela ficava doente com mais facilidade, até que adoeci com ela. Desenvolvi um tumor, que foi revelado benigno, um alívio! Chamamos o florista da praça e ele trocou nossa felicidade por outra. Sobrevivemos! Alívio!
A 3ª.
Mas minha companheira e cúmplice não durou dois anos. O descuido invadiu o Amor e não soubemos salvar o que havia de melhor. Não pudemos nem nos despedir. Afastadas pelos acontecimentos sofremos sozinhas, cada qual no seu canto, e só pude saber notícias quando tentamos a primeira reconciliação. Minha felicidade, a terceira tentativa, havia morrido. E não foi substituída por outra. Vazio, luto, inconformação...
A 4ª.
Desta vez, sozinha, fui atrás dela sem pestanejar. E a coloquei olhando para uma das paisagens mais bonitas do Rio de Janeiro. Dei mto amor, estou no processo. Confesso que estava sofrida, fomos companheiras na dor. Mas eu sabia que ela não me abandonaria. Nos últimos 20 dias venho tratando dela insistentemente. Ficou fraca, amarelou... E não faltava nada. Carinho, dedicação, água, pesticida e fertilizante. O que poderia estar acontecendo?!!?
Recentemente comecei a notar a folhagem e comecei a desconfiar que ela estava mudando... Quando tirei o dia pra organizar as coisas e dei uma bela olhadela nela...
Sim, ela estava mudando!! A árvore-macho foi toda desfolhada!! Peguei o tronco, retorcido, e olhei de perto. Ela estava totalmente pelada, pronta para uma nova folhagem!!
Garotas, agora vem a parte difícil da história. Como acreditar nesta história “fantástica”?
Quem me conhece sabe bem dos meus conceitos, crenças, idéias e pensamentos. Não sou uma pessoa mto espiritualizada nem tampouco mística ou religiosa.
Como dar as costas para este processo?
Se não tivesse acontecido comigo eu não acreditaria...
Resolvi contar pq é tão mágico, tão diferente e tão louco, que sei que vcs darão um crédito para o meu depoimento pela minha maneira de ser e me expressar.
Vejam a foto do tronco desfolhado e façam suas próprias reflexões.
Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? De onde vemos e pra onde vamos?
Se a vida ainda é um mistério, pq não acreditar em espíritos, ETs, milagres, visões, pressentimentos, adivinhações?!?!?
Eu (com a permissão da tosca comparação) sigo hoje como Pascal...
Um gênio da matemática que passou para o estudo da teologia.
E, melhor ainda, sigo tentando lutar contra a minha natureza.
A de falar demais.
Amo vcs!
Bjs superpoderosos,
: )
ps. Leiam tb:
“(...) o tom geral da filosofia de Pascal segue-se que, mais do que opor a razão ao coração, ele quer integrar a razão com o coração; mais do que negar valor à demonstração, ele deseja completar a demonstração dialética com a dedutiva.
Alguns Pensamentos:
"Digo em verdade que se todos os homens soubessem o que dizem uns dos outros, não haveria quatro amigos no mundo. Isso se vê pela querelas que provocam as indiscrições ocasionais."
"Contrariedade - O homem é naturalmente crédulo, incrédulo, tímido, temerário."
"Descrição do homem - dependência, desejo de independência, necessidade."
"Condição do homem - inconstância, tédio, inquietação."
"Divertimento - Não tendo conseguido curar a morte, a miséria, a ignorância, os homens lembraram-se, para ser felizes, de não pensar nisso tudo."
"Que cada qual examine os seus pensamentos, e os achará sempre ocupados com o passado e com o futuro. Quase não pensamos no presente; e, quando pensamos é apenas para tomar-lhe a luz a fim de iluminar o futuro. O presente não é nunca o nosso fim; o passado e o presente são os nossos meios; só o futuro é o nosso fim. Assim, nunca vivemos, mas esperamos viver, e, dispondo-nos sempre a ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos."
O homem está tão preocupado com o passado e com o futuro que esquece de viver o presente. Esquece também que o passado não pode ser mudado. E que se o presente não for vivido como se deve, alterará o futuro.
"A sabedoria envia-nos à infância. Se não vos converterdes e não tornardes crianças não entrareis no reino dos céus."
"Quanto é difícil propor uma coisa ao julgamento de outra pessoa sem corromper-lhe o julgamento pela maneira pela qual a propomos."
